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19 Julho de 2022 | 20h59 - Actualizado em 20 Julho de 2022 | 11h10

MURAL DO AEROPORTO 4 DE FEVEREIRO GANHA "VIDA" CULTURAL

Luanda – O ministro dos Transportes, Ricardo D´Abreu, inaugurou esta terça-feira, no Aeroporto 4 de Fevereiro, um mural de pinturas artísticas que retratam a fauna, flora, artes, moda e a beleza angolana.

Além da pintura artística patente no muro de vedação que circunda o Aeroporto, Ricardo D´Abreu inaugurou também uma exposição gráfica designada "Ancestralidade e Tecnologia” e procedeu ao lançamento do projecto social " Geração de Sonhos”.

Os três projectos são de iniciativa da SGA – Sociedade Gestora de Aeroportos, SA, e foram lançados hoje, no âmbito do terceiro aniversário da companhia assinalado a 1 de Julho.

O Projecto Mural Cultural, pintado pelo artista angolano Thó Simões, visa promover Angola, sua história, ecossistema, música, cultura e atracções de forma apelativa.

Nesta primeira fase do projecto, o pintor e também grafiteiro dividiu o mural em três temas, retratando os penteados dos povos hereros do sul de Angola, a fauna e a flora com ilustrações da Palanca Negra Gigante, pássaros raros e a planta Welwitschia Mirabilis, e um trecho com a escultura da região Lunda-Tchokwe, representada por máscaras.

 A SGA escolheu estrategicamente o muro que circunda a pista do Aeroporto 4 de Fevereiro para a pintura das imagens, por ser um dos primeiros contactos dos passageiros com Angola, permitindo à aterragem o contacto com a cultura do país, através de imagens reproduzias na parede com cores e padrões Angola.





Embora tenha começado no Aeroporto de Luanda, a perspectiva da Sociedade Gestora de Aeroportos é estender para todos os aeroportos sob sua gestão.

Quanto à Exposição Gráfica designada "Ancestralidade e Tecnologia”, da artista plástica angolana Daniela Ribeiro, patente no interior do Aeroporto na zona da imigração, representa uma tendência evolutiva do homem, com a introdução da inteligência artificial.

A obra é constituída por máscaras da cultura tradicional angolana, cobertas de objectos electrónicos como telefone e outros.

 A autora procura ilustrar a actual transformação do homem natural para o artificial e questiona se Angola e África conseguirão conservar as suas culturas e naturalidade num mundo cada vez mais artificial.

Em relação ao projecto social "Geração de Sonhos” – visa desenvolver acções em prol dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável do sector dos Transportes, oferecendo a jovens universitários de baixa renda e alto rendimento escolar, uma oportunidade de estágio remunerado e, com isso, promover a empregabilidade e a igualdade de oportunidades no mercado de trabalho.

 Este projecto é formado por um grupo de estudantes que, além da sua actividade académica, também canta e declama poemas.

No acto, o ministro Ricardo D´Abreu enalteceu as iniciativas da SGA e encorajou os jovens estudantes integrados no projecto "Geração de Sonhos” a sonhar por um país melhor. " É por meio de sonhos que se alcançam os objectivos”, disse o governante, realçando que seu sonho quando criança era ser piloto.

Precisamos acreditar, temos muitos caminhos ainda por percorrer. Precisamos sonhar para o melhor do nosso país.

Apelou à nova de geração de estudantes estagiários, que fará parte dos quadros da empresa, para melhor cuidado das coisas, da herança cultural e da história do país,

Referindo-se ainda aos projectos, disse que podem ser muito úteis para a divulgação da cultura angolana, da identidade e daquilo que diferencia Angola do resto dos povos do mundo.

 "Eu acho que a SGA tem uma oportunidade única de aliar, quer a sua competência a nível dos serviços que presta, mas também aproveitar para promover a ideia de que Angola é uma grande potência cultural e com uma grande diversidade neste domínio, que pode ajudar nas várias dimensões da economia, da sociedade e obviamente da cultura”

Emocionado, o ministro agradeceu a toda equipa da empresa, dizendo que foi um dia muito importante para si.

Por sua vez, Presidente do Conselho de Administração da SGA, Mário Miguel Domingues, referiu que a empresa está a realizar um conjunto de iniciativas no âmbito do processo de sua transformação e algumas delas ligadas à responsabilidade corporativa, nomeadamente os projectos " Mural Cultural”, "Exposição Gráfica” e "Geração de Sonhos”.

Realçou também que a ideia de potenciar os jovens talentos e potenciais artistas plásticos, arte e cultura angolana, ao longo da vedação do Aeroporto Internacional de Luanda já havia sido sugerida pelo ministro numa das suas visitas ao local.

Já o artista Thó Simões, considerou ser uma grande honra o facto de a SGA o convidar para pintar o mural. " Nós começamos em princípio de uma forma experimental e chegamos até o mural que testemunhamos hoje, com diversos temas”.

" A ideia foi logo, à partida, enaltecermos Angola e chegamos a este conceito de representar por temas a arte e cultura, a fauna e flora, a moda e beleza do país. Muitos de nós sente essa necessidade de trazer ao de cima a memória de quem nós somos para não nos perdermos nesse mundo globalizado”, explicou o interlocutor.

O grafiteiro disse à ANGOP que outros aspectos da cultura e realidade angolana serão representados ao longo da vedação do Aeroporto Internacional de Luanda.

A propósito da sua obra, a artista Daniel Ribeiro, na sua arte intitulada "Ancestralidade e Tecnologia”, disse que procurou mostrar actual fase que a humanidade está a passar, em que, no seu entendimento, o homem está a passar do humanismo e está muito centrado nas tecnologias, esquecendo-se das emoções, da sociedade e da família.

Precisamos saber o caminho que nós, sobretudo os africanos, temos que tomar. Vamos seguir o rumo tecnológico, alterando o nosso corpo ou vamos nos manter e preservar a civilização humana. "É inevitável usarmos os telemóveis, na educação, economia (…). Nós, desde manhã até à noite, praticamente usamos máquinas. É uma reflexão. Vale apenas irmos para este caminho, questiona a artista.

Quanto Angola, disse que está também a enveredar pelo mundo das tecnologias de forma muito rápida. "Eu acho que o mundo da tecnologia é muito importante para a educação e saúde - porque salva muitas vidas, e a educação porque podemos levá-la muito mais longe através da internet e dos computadores.

Para si, é possível evitar a maquinação do homem como está acontecer hoje, disse a entrevistada, salientando que estamos a caminho de destruir o homem.

"Há pessoas que são meio homem e meio máquina – isto é, usam máquinas comandadas pelo cérebro. Os impulsos eléctricos do cérebro fazem mexer a máquina. Só que isso tem consequências. Corremos o risco de perder a necessidade de nos relacionarmos com outras pessoas. Não queremos isso”, sublinhou.



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