Lusaka, 08 de Fevereiro de 2024 - O Ministro dos Transportes defendeu hoje em Lusaka, no
Fórum de Investimentos da Parceria Global de Financiamento de Infra-estruturas do Corredor do
Lobito, que este projecto é já uma realidade e que as recentes notícias sobre a sua
operacionalização reforçam a sua importância na geo-estratégica mundial.
Ricardo Viegas D’Abreu lembrou que a LAR, empresa gestora, assumiu no dia 25 de Janeiro o
controlo de todas as operações; que ontem, em Cape Town, a Trafigura e a Ivanhoe Mines
assinaram o primeiro contrato para o transporte de minerais por um período mínimo de seis anos
pelo Corredor do Lobito através da LAR. Fez ainda referência às informações que dão conta de
uma importante descoberta de uma nova reserva de cobre na Zâmbia por uma empresa de Bill
Gates e Jef Bezos, a Kobold Metals. Todas estas acções, associadas ao apoio declarado dos
Estados Unidos, da União Europeia, da African Finance Corporation e do Banco Africano de
Desenvolvimento, ao reforço das operações do Corredor do Lobito, fazem desta plataforma, em
seu entender, um instrumento que potencia e alavanca a diversificação económica de Angola,
República Democrática do Congo e Zâmbia, o incremento das trocas comerciais intra-africanas,
assim como o combate às alterações climáticas.
O mesmo responsável enfatizou na sua intervenção que o Corredor do Lobito vai contribuir para
a segurança alimentar e para a segurança energética de Angola, da República Democrática do
Congo e da Zâmbia, assim como para a criação de emprego nos três países. "O agro-negócio, a
indústria alimentar, o processamento de matérias-primas, designadamente de minerais críticos
para a manutenção e incremento da indústria mundial automóvel, que vão circular e transpor
fronteiras até aos mercados internacionais, vão entrar numa nova fase. Mais eficiente. Mais
rentável. Mais apetecível para os investidores nacionais e estrangeiros. E também os serviços e
o turismo”, sublinhou Ricardo Viegas D’Abreu. Que enfatizou uma passagem do Presidente da
Zâmbia, Hakainde Hichilema, quando afirmou que o desenvolvimento do Corredor do Lobito "é
uma oportunidade de uma geração”, que deve ser aproveitada a todos os níveis e por todos os
integrantes do projecto. O mesmo responsável, lembra ainda o Ministro dos Transportes,
"agradeceu o empenho e a iniciativa de Angola de incluir e de envolver em posição de igualdade
a Zâmbia e a RDC” neste projecto de envergadura e impacto tanto local quanto internacional.
Recorde-se que o projecto de reabilitação do Corredor do Lobito beneficia do apoio dos governos
de Angola, RDC, Zâmbia e da Parceria para o Investimento Global em Infra-estruturas (PGII) do
governo dos EUA. O projeto representa um investimento de mais de 500 milhões de dólares
durante a vigência da concessão, com um financiamento potencial de pelo menos 250 milhões
de dólares da Corporação Financeira de Desenvolvimento Internacional dos EUA. O investimento
vai permitir a renovação de troços da linha férrea e infraestruturas associadas, além de garantir
mais a aquisição de mais 1.500 vagões e 35 locomotivas.