Jutta Urpilainen, Comissária Europeia, reafirmou ontem em Luanda, numa reunião de
trabalho com o Ministro dos Transportes, o compromisso da União Europeia com o
financiamento aos estudos de viabilidade em curso e também a projectos de formação
profissional que possam aumentar a produtividade e a rentabilidade das operações no
Corredor do Lobito.
Luanda, 23 de Fevereiro de 2024 – Este encontro de trabalho teve como objectivo
principal reforçar o compromisso da União Europeia no apoio ao desenvolvimento do
Corredor do Lobito, para o qual, ao abrigo da iniciativa Global Gateway Strategy já efectuou
a contribuição financeira de 3 milhões de euros para a realização dos estudos de
viabilidade da sua ligação à Zâmbia.
Serviu também para reafirmar a importância do potencial de promoção de investimentos
na economia real e na diversificação económica, por via da dinamização do agronegócio,
da indústria, do turismo e doutros serviços ao longo do Corredor. Mas também para
lembrar a forte possibilidade que o funcionamento do Corredor do Lobito encerra para os
países da região em termos do fomento da sua industrialização, através da criação de
empresas que optimizem a extração e o transporte dos recursos minerais de que dispõem
para os mercados mundiais.
Ricardo Viegas D’Abreu, Ministro dos Transportes, lembrou o impacto que o apoio da
União Europeia e dos Estados Unidos teve e continuará a ter na solidificação do Corredor
do Lobito como um dos mais importantes a nível internacional, sublinhando que "ao
mesmo tempo que dinamiza a economia de Angola, República Democrática do Congo e da
Zâmbia, assegura também uma contribuição relevante para a sustentabilidade ambiental,
uma vez que o transporte de minerais críticos por esta via se faz em menos tempo – com
ganhos significativos para as empresas – e com menos poluição atmosférica”.
O Ministro dos Transportes lembrou também a todos os presentes a importância e o
potencial do Corredor do Lobito para a criação de mais e melhor emprego, assim como
para o reforço das qualificações dos trabalhadores do Porto do Lobito e dos Caminhos de
Ferro de Benguela, que articulam directamente com as operações desenvolvidas pela
Lobito Atlantic Corridor (LAR). E reafirmou que "agora é tempo de produzirmos
resultados”. Para isso "os financiamentos em curso devem ser fechados e encaminhados
para o projecto e a empresa responsável pela gestão do Corredor do Lobito deve zelar pela
sua eficiência, operacionalidade e rentabilidade, ao nível do que melhor se faz a nível
internacional”.
Jutta Urpilainen lembrou que "o apoio ao Corredor do Lobito se enquadra no foco e na
importância que União Europeia atribui às áreas da energia e dos transportes”. Por esse
motivo, disse ainda, "a União Europeia não hesitou em juntar-se aos Estados Unidos para
viabilizar os estudos necessários para se avaliar com a brevidade possível a melhor forma
de se estender o Corredor do Lobito até à Zâmbia”.
A Comissária Europeia referiu também "o apoio que a UE está disposta a atribuir aos
projectos de qualificação profissional dos trabalhadores do porto e dos caminhos de ferro,
para que o resultado do seu trabalho tenha um impacto significativo na produtividade das
operações e na criação de riqueza”.
Este encontro reuniu no Ministério dos Transportes, para além da Comissária Europeia e
do Ministro Ricardo Viegas d’Abreu, o Secretário de Estado para a Economia, Ivan Marques
dos Santos; a Directora do Instituto Industrial e Inovação Tecnológica de Angola (IDIIA),
Filomena Oliveira; o CEO da LAR - Lobito Atlantic Railway, Francisco Franca; assim como os
embaixadores dos Estados Membros da EU acreditados em Angola, nomeadamente,
Rosário Bento Pais, da EU; Pieter-Jan Hamels, da Bélgica; Alain Bouilloux-Lafont, de
França; e Francisco Alegre Duarte, de Portugal.