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30 Janeiro de 2025 - Actualizado em 10 Fevereiro de 2025

INTERVENÇÃO DO MINISTRO DOS TRANSPORTES NA RECEPÇÃO DO BOING 787-9 DREAMLINER DA TAAG

Exmos. Senhores Membros do Executivo aqui presentes

Distinta Presidente da Autoridade Nacional de Aviação Civil e demais presidentes e administradores das empresas que operam no sector aeroportuário

Membros do Corpo Diplomático Acreditado em Angola,

Distinto Vice Presidente da Boeing,

Distintos Representantes da Aercap,

Representantes das Instituições Financeiras

Senhor Presidente e Senhores Administradores da TAAG

Estimados Parceiros

Caríssimos Profissionais Aeronáuticos

Estimados Membros da Imprensa,

Minhas Senhoras e Meus Senhores

Todo o Protocolo Observado,

 

Hoje, celebramos um marco significativo para a aviação civil em Angola com a chegada do primeiro de quatro aviões Boeing 787 Dreamliner adquiridos pela TAAG.

 

Esta aquisição representa um passo determinante para a modernização da frota da companhia aérea nacional e para a consolidação de Angola como um hub estratégico de ligação entre continentes.

 

A aviação civil é um pilar fundamental para o desenvolvimento económico do nosso país – todos o sabemos e o repetimos por diversas vezes. Porque uma aviação forte e bem estruturada impulsiona o turismo, facilita o comércio, atrai investimento e cria oportunidades de emprego, designadamente para a população mais jovem e mais bem preparada tecnicamente do nosso país.

 

Para que esta premissa seja uma realidade em Angola, o Governo definiu e implementou nos últimos anos políticas estratégicas que reforçaram o sector da aviação civil, introduzindo reformas legais, regulatórias e institucionais significativas, investimentos na melhoria e activação de infra-estruturas aeroportuárias, incentivos ao reforço e ao crescimento sustentável de todo o sector da aviação civil.

 

Com isso, a aviação civil angolana registou avanços significativos, designadamente ao nível dos:

• Investimentos em Infraestrutura – Onde destacamos a construção e activação do novo Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto, que veio modernizar o sector e aumentar a capacidade de tráfego aéreo – quer em termos de passageiros quer de carga, acompanhada pela certificação e modernização de alguns aeroportos regionais, como foi o caso recente do Aeroporto Paulo Teixeira Jorge na Catumbela.

• Crescimento da Conectividade – Através da melhoria e aumento de frequências das rotas domésticas e internacionais com o fortalecimento da TAAG e a entrada de novas companhias aéreas no nosso mercado, bem como o estabelecimento de acordos de transporte aéreo com outros países.

• Maior e Melhor Supervisão e Segurança – Reforço das normas de segurança e de fiscalização pela ANAC, promovendo um ambiente mais seguro e fiável, confirmado pelos últimos dados das auditorias realizadas ao nosso País, que o colocam hoje acima da media africana, em termos de conformidade com as normas e padrões recomendados pela Organização da Aviação Civil Internacional.

• Expansão do Sector Privado – Crescimento de companhias privadas, que oferecem serviços regionais e fretamento, bem como a abertura do mercado a novos operadores, incluindo companhias de carga e voos comerciais.

• Integração com Outros Mercados Africanos – Para participação de Angola em iniciativas como o Mercado Único Africano de Transporte Aéreo (SAATM), facilitando a livre circulação de aeronaves no continente e estabelecendo parcerias estratégicas com companhias aéreas internacionais.

 

Recordo, por isso e com satisfação, que uma das primeiras missões que me foi confiada pelo Senhor Presidente da República, João Manuel Gonçalves Lourenço, quando assumi o cargo de Ministro dos Transportes, foi precisamente a de dar uma atenção especial ao sector da aviação civil, e assegurar a conclusão do novo Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto e a reestruturação da TAAG e a renovação da sua frota.

 

A aquisição dos Boeing 787 Dreamliner não é, por isso, um acto isolado. Faz parte de uma visão estruturada para garantir que a TAAG seja uma companhia moderna, competitiva e capaz de prestar um serviço de qualidade. E segue-se a outras duas importantes realizações – a recuperação e a integração das aeronaves DASH8, para melhoria da conectividade doméstica e regional, e ao reforço da frota da companhia com o início de operação do primeiro Airbus A220-300.

 

Estes novos aviões trazem consigo inúmeras vantagens para a operação diária da TAAG e para a experiência de voo dos seus passageiros, designadamente:

• A eficiência e a economia – Em função do menor consumo de combustível e dos custos operacionais reduzidos;

• O maior alcance e conectividade – devido à possibilidade de operar rotas mais longas sem escalas, ampliando as ligações internacionais de Angola;

• Mais conforto para os passageiros – que passam a dispor de cabines modernas, mais espaço, janelas panorâmicas e melhor pressurização, proporcionando uma experiência mais agradável a quem viaja;

• E a modernização contínua da nossa frota – substituindo aviões tecnologicamente mais antigos e menos eficientes, e aumentando a competitividade da companhia.

 

Esta parceria com a Boeing reflecte também a confiança internacional no potencial de Angola e a nossa capacidade de estabelecer colaborações estratégicas que beneficiam a economia nacional.

 

E reflecte-a, sobretudo, porque quando demos início ao processo enfrentámos enormes desafios e várias dificuldades, só ultrapassadas com o apoio de todos os envolvidos e com a visão estratégica do Executivo angolano. Creio que poucos se lembrarão que este acordo estratégico, esteve em vias de ser cancelado, por alegado impacto no programa alargado de assistência financeira, na altura em execução no nosso País. E nenhum de nós esquecerá jamais os efeitos devastadores da COVID-19, o seu impacto particularmente na aviação civil mundial.

 

Mas a verdade é que seguimos em frente com a parceria com esta relevante empresa mundial do sector da aviação, tendo-se concluído com êxito o programa com FMI, assegurando-se uma muito saudável e prestimosa relação com aquela organização, e conseguido dirimir e recuperar dos efeitos da pandemia.

 

E a verdade também e acima de tudo é que este momento histórico, é uma vitória de todos os angolanos e de todos os parceiros que acreditaram no nosso projecto e na nossa capacidade de prosseguirmos focados na modernização do sector da aviação civil em Angola.

 

Até porque a parceria com a Boeing, que data exactamente de há quase 50 Anos, com a chegada em 1976 do primeiro Boeing 737-200, está a ser relançada por via da concretização de um acordo estratégico que inclui, entre outros aspectos, o desenvolvimento de profissionais de aviação no nosso país, o estabelecimento de um hub de manutenção em território nacional, e o apoio ao aumento da conectividade africana e intercontinental, com a maximização do potencial da frota da TAAG.

 

Contudo e, porém – e agora dirijo-me especificamente ao excelentíssimo Conselho de Administração da nossa TAAG – convém termos cada vez mais presente que o investimento em novos aviões, por si só, não garante o sucesso da nossa companhia de bandeira. A boa governança, a eficiência da gestão e o compromisso com a qualidade do serviço ao cliente são factores determinantes.

 

O Executivo acompanha natural e atentamente a gestão da TAAG e exige que esta cumpra com os mais elevados padrões de transparência, responsabilidade e orientação para resultados.

 

Os passageiros têm direito a um serviço de qualidade, pontualidade, e atendimento profissional. E não podem ver defraudados os seus direitos nem as suas expectativas em circunstância alguma.

 

Muito por isso, não se pode aceitar uma TAAG ineficiente e distante das reais necessidades dos clientes, e dos objectivos estratégicos definidos pelo Executivo. A modernização da frota tem de ser acompanhada por uma mudança de mentalidade e de práticas de gestão. A companhia tem de se focar em definitivo na satisfação do cliente, na melhoria dos seus serviços e na maximização dos activos agora reforçados com este novo equipamento e outros que ao longo de 2025 e seguintes irão chegar.

 

A aviação civil é um motor de crescimento, e a TAAG tem a responsabilidade de operar com excelência e eficiência. A gestão da empresa tem de estar alinhada com os objectivos nacionais e com as melhores práticas internacionais.

 

Por isso, a liderança da TAAG e todos os seus profissionais, precisa de entender a dimensão de ser companhia de bandeira, uma companhia de referência, capaz de competir no mercado africano e global, de nos levar mais longe, e ser um orgulho nacional.

 

O Executivo está e vai continuar atento, exigente e comprometido com uma aviação civil que seja verdadeiramente um factor exponenciador do desenvolvimento de Angola e da sua boa imagem aqui e além-fronteiras.

 

Termino esta minha intervenção agradecendo aos nossos parceiros financeiros – ao Banco Africano de Investimentos, Aercap, Afreximbank e DBSA –, que estiveram firmemente ao nosso lado durante toda esta jornada. Ao Ministério das Finanças, porque o seu apoio foi igualmente essencial para garantir que todo o processo se tenha concretizado de forma segura e eficaz. E também e naturalmente à Boeing pelo acreditar, pela paciência e pela compreensão que sempre demonstrou para com a visão e o compromisso do Executivo angolano em ter uma companhia aérea de bandeira forte, resiliente e capaz de contribuir decisivamente para elevar os índices da conectividade em África.

Não posso terminar sem deixar uma palavra especial a todos os profissionais da aviação, tripulações, equipas de manutenção, operadores de serviços, controladores aéreos, inspectores do sector, equipas de suporte, que contribuíram e contribuem diariamente para termos um sector forte, seguro, resiliente e moderno, que nos permita ligar os Angolanos e ligar-nos ao Mundo.

 

A todos os que aqui estão presentes, um muito obrigado por terem vindo e pela vossa generosa atenção!

 

Ricardo Viegas d’Abreu

Ministro dos Transportes

 

Luanda, 30 de Janeiro de 2025

 



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