Este avião, com capacidade para transporte de 120 passageiros, já está em Cabo Verde e disponível para operar. A medida foi anunciada no fim-de-semana passado, na Cidade da Praia, após a chegada do ministro dos Transportes de Angola, Ricardo Abreu, que visita Cabo Verde no âmbito da conferência sobre a Comissão Mista entre os dois países de língua oficial portuguesa. Ainda, nesta segunda-feira, já com a presença do Presidente da República de Angola, João Lourenço, que chegou esta manhã a Cabo Verde, foi rubricado um acordo bilateral de serviço aéreo atualizado e um acordo de leasing operacional entre as companhias aéreas TACV e a TAAG, para cedência do Boeing 737-700. "É um primeiro acordo, em África, que Angola assina nestes termos, e que se baseia nos princípios da Decisão de Yamoussoukro e do Mercado Único de Transportes Aéreos Africanos (MUTAA), pelo que é um sinal muito pragmático daquilo que são os nossos compromissos”, disse Ricardo de Ricardo D’Abreu. O governante angolano esclareceu que os acordos com a TACV se traduzem num primeiro passo que está sendo dado para a materialização dos compromissos assumidos, que podem depois integrar outros países no contexto regional ou da CPLP. 

Ricardo Viegas D’Abreu avançou ainda que vai ser rubricado, na Praia, um memorando de entendimento entre os Ministérios dos Transportes dos dois países, para a prossecução dos trabalhos, particularmente, na troca de experiências, de oportunidades e capacitação. Tudo isso, elucidou, para que as partes envolvidas possam tirar partido da realidade que se pretende materializar com o hub da ilha do Sal e de Luanda. "Isso vai permitir que as duas companhias aéreas e outras do sector de aviação civil tirem partido deste trabalho, maximizando quer do ponto de vista regional ou continental”, salientou. Após concluído o registo junto da Agência de Aviação Civil de Cabo Verde (AAC), passa para inteiro controlo da TACV, com tripulação própria. No âmbito da assinatura deste acordo, esta aeronave vai permitir a exploração de rotas de interesse comercial para a companhia aérea de Cabo Verde, mas também a criação de tráfego adicional para a TAAG. No imediato estima-se que a disponibilização deste Boeing à TACV gere, no primeiro ano de operação, uma facturação bruta para Angola na ordem dos 3 milhões de dólares, entre outras sinergias com impacto adicional no incremento das operações de ambas as companhias aéreas. Futuramente, é intenção de ambas explorarem, de forma sistemática e sustentada, todas as oportunidades que se mostrem adequadas à dinamização dos seus objectivos comerciais.